sexta-feira, 15 de maio de 2015

Qual é a verdade (sobre Deus)?

Durante a maior parte de minha vida, sempre julguei saber responder a essa pergunta e, evidentemente, julguei negativamente aqueles que discordavam de mim. O fato é que as certezas de um se tornam as certezas de outros e, por tais certezas, nos deixamos governar.

No que diz respeito ao Deus da Bíblia, os ocidentais em geral creem que se trata do Deus verdadeiro, Todo-Poderoso, onisciente (e, para alguns, onipresente). Em contrapartida, ainda que se calem sobre isso, os demais deuses ficam sendo falsos, sem vida, inúteis.

Quanta verdade há nisso? O que pensa o Deus da Bíblia sobre como vive a humanidade? Como Deus julgará os povos orientais? O que pensam os orientais sobre as crenças religiosas dos ocidentais?

Durante a maior parte da existência humana, pelo menos considerando os últimos seis mil anos, as pessoas viveram sem conhecer o Deus da Bíblia. Presumivelmente, viveram em ignorância. Como elas se encaixam no propósito de Deus?

Vivendo em um continente predominantemente cristão, não é nenhuma surpresa que eu seja cristão. Vivesse, porém, no continente africano, provavelmente seria adorador de um deus tribal. Considerando que já vivo talvez a segunda metade da vida, como Cristo me julgaria nessas duas situações, caso tivesse voltado há alguns anos?

Todos esses questionamentos podem ser resumidos em apenas um: existe um Deus criador? Uma resposta afirmativa a essa pergunta serviria de base sobre a qual procurar respostas a outras perguntas. Por outro lado, uma resposta negativa faria surgir outros questionamentos, outras perspectivas. Diante disso, há como comprovar que Deus existe? É possível provar que Deus não existe?

As pessoas de modo geral creem em alguma divindade. Outros são ateus. Ainda outros são agnósticos.

"agnosticismo ag.nos.ti.cis.mo sm (a+gnóstico+ismo) Filos 1 Qualquer doutrina que afirma a impossibilidade de conhecer a natureza última das coisas. 2 Doutrina que afirma a impossibilidade de conhecer a Deus e a origem última do Universo". (fonte: http://michaelis.uol.com.br)

"Agnóstico é aquele que considera os fenômenos sobrenaturais inacessíveis à compreensão humana. [...] Os agnósticos são seguidores da doutrina denominada “agnosticismo” que considera inútil discutir temas metafísicos, pois são realidades não atingíveis através do conhecimento. Para os agnósticos, a razão humana não possui capacidade de fundamentar racionalmente a existência de Deus. 


Um agnóstico pode ser teísta ou ateísta. Um agnóstico teísta admite que não tem conhecimento que comprove a existência de Deus, mas acredita que Deus existe ou admite a possibilidade de que pode existir. Por outro lado, o agnóstico ateísta também admite não possuir conhecimento que comprove a não existência de Deus, mas não acredita na possibilidade que Deus exista."

Com base nas definições acima, pode ser que minha condição seja de um “agnóstico”. No entanto, declaro que acredito em Deus, embora eu tenha dificuldades de comprovar sua existência (agnóstico teísta?). Em minha defesa, considero que crer numa divindade, seja ela falsa ou verdadeira, não é de todo algo ruim. É verdade que o Deus da Bíblia condena à morte os adoradores de deuses falsos. Mas foram justamente esses adoradores que conduziram a humanidade ao seu atual estágio de desenvolvimento. Como conciliar isso com o conceito de Deus sobre tais adoradores? Não saber responder a essa pergunta é talvez a causa de perguntas anteriores: Como Deus encara os povos orientais enquanto adoradores de deuses falsos? Como Deus julgará povos antigos que, enquanto em vida, não o conheceram?

Em conclusão, essa não parece ser o tipo de postagem para se iniciar um blog. Visto que as pessoas em geral procuram respostas, um blog de perguntas talvez cause estranheza a alguns. No entanto, minha desilusão religiosa me leva a isso. Esta primeira postagem é basicamente minha reentrada na sociedade humana, a qual se sucede depois de uns 20 anos recluso a um sistema religioso onde questionar era mal visto, de fato inaceitável.

Outras postagens terão menos perguntas, mais conteúdo; mais certezas, é improvável – disso tenho certeza.

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