“Nuvens negras no horizonte da
humanidade”
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Foi apenas há alguns anos que,
somente ao chegar ao local de congressos, era-me entregue o programa do evento.
Até aquele memento eu tinha apenas um título demasiadamente genérico, a
respeito do qual fazia inúmeras conjecturas do que seria dito. Agora ele podeser baixado diretamente da internet e as dezenas de discursos listados,
juntamente com a sua classificação em simpósios, dá-nos um norte muito melhor
que um simples tema.
E no que se refere ao
congresso de 2018, nota-se que a própria Torre de Vigia, em seu simpósio da
manhã de domingo, decidiu ela própria enveredar-se pelo caminho das conjecturas
ao abordar temas tais como o clamor de paz e segurança, o ataque dos governos
às “religiões falsas”, o ataque de Gogue de Magogue e até sobre o que acontecerá
depois do fim do milênio. Apesar deste ensaio profético, muito provavelmente
tudo o que será dito já agora deve estar escrito nas revistas e livros da Torre
de Vigia, uma vez que, pelo que se tem observado nos últimos anos, ela tem
divulgado mudanças doutrinárias apenas nas Reuniões Anuais.
Independentemente do que
aconteça, decidi expor aqui quais as explicações atuais da Torre de Vigia para
esses assuntos, conforme explicado em suas publicações – com o objetivo de
detectar, por ocasião dos congressos, quaisquer mudanças de ensinos que possa
haver. Comecemos então:
Paz e segurança
Quando estiverem dizendo: “Paz e segurança! ”, então virá instantaneamente sobre eles a repentina destruição (1 Tessalonicenses 5:3)
Esse assunto tem sido pauta
constante da Torre de Vigia, como pode ser observado em sua literatura, mas
esteve em voga principalmente nos anos 70 e 80. Em fins dos anos 80, quando as principais
religiões e governos empenhavam-se para que a guerra fria não culminasse numa
catastrófica terceira guerra mundial, a Torre de Vigia gritava aos quatro
ventos que a “geração de 14” não passaria e que o clamor mundial de “paz e
segurança” era inútil:
A profecia bíblica mostra que as nações farão um esforço conjunto de ter paz em nosso tempo. [...] Tal clamor de “paz e segurança” não significará que a decadência deste mundo regrediu. A Segunda a Timóteo 3:13 diz que “os homens iníquos e os impostores passarão de mal a pior”. A realidade ainda será assim como disse o presidente duma organização de proteção ao meio ambiente: “O problema central com que a sociedade [humana] se confronta é que ela se tornou ingovernável (A Sentinela de 15 de maio de 1987, páginas 18,19).
Apesar desse prognóstico sombrio, a guerra fria
não culminou na terceira guerra mundial e nem numa anarquia global; antes, a
paz alcançada já se estende por quase 30 anos, e foi a Torre de Vigia que viu
tombar uma de suas maiores aclamações proféticas daquele século: a “geração de
14”, que não passaria, foi descartada como lixo e o conceito de geração desde
então já foi revisado outras duas vezes.
A Torre de Vigia lava as mãos quando o assunto
é a paz mundial. Em razão de seu conceito de neutralidade política, ela se nega
a apoiar quaisquer empenhos políticos pela paz mundial, nem mesmo por meio de
orações. Em vez disso, parece ter adotado o conceito de “quanto pior, melhor”.
Quanto pior o mundo, mais justificável fica o seu uso de declarações bíblicas
como “os impostores passarão de mal a pior” e que “não cabe ao homem nem mesmo
dirigir os seus passos”. Por outro lado, quando diálogos entre os governos
sinalizam que a paz pode ser alcançada e o mundo clama de alegria, as
Testemunhas são alertadas contra deixar-se encantar por tais conquistas, pois
fazer isso pode sujeitá-las a uma “repentina destruição”. Ou seja, mesmo considerando um cenário em que
a plena paz mundial vigore, as
Testemunhas são instadas a ir no caminho contrário, adotando um estado de
vigilância que beira ao pânico.
Mas o que é de fato o brado de “paz e
segurança”? Em resposta, o livro O Reino
de Deus já Governa, páginas 222 e 223, declara:
Essa expressão pode se referir a um pronunciamento ou a uma série de declarações notáveis.
A passagem bíblica nada fala sobre o apoio
religioso ao brado de “paz e segurança”, mas a Torre de Vigia não foge ao seu habitual
modo de demonizar as religiões e especula:
Será que os líderes religiosos estarão envolvidos? Visto que fazem parte do mundo, é possível que eles se juntem às nações em dizer: “Há paz!”
Mas em razão de o relato bíblico ser muito
sucinto, em 2013 escreveu-se:
Quem fará essa importante declaração de “Paz e segurança!”? Que participação terão os líderes da cristandade e de outras religiões? Como os líderes de vários governos estarão envolvidos nessa proclamação? As Escrituras não dizem.
E então, para manter as Testemunhas em estado de
alerta, a publicação continua:
O que nós sabemos é que ela será apenas uma fachada, não importa como será feita ou quão convincente parecerá. Este velho sistema ainda estará sob o controle satânico. Ele está totalmente podre e continuará assim. Como seria triste se alguém de nós acreditasse nessa propaganda satânica e violasse sua neutralidade cristã! (A Sentinela de 15 de novembro de 2013, página 13).
A Torre de Vigia, desde os seus primórdios com
Charles T. Russell, sempre esteve a afirmar que sabia onde se encontrava na
corrente do tempo, apesar de que os fatos provaram o oposto. Os vários
fracassos proféticos relacionado a datas para o fim são evidências suficientes
para qualquer entidade religiosa tomar por lição e passar a ser muito mais
cautelosa quanto a fazer afirmações tão taxativas a respeito desses assuntos.
Mas a Torre de Vigia dá mostra de que a lição ainda estar por aprender:
“Não estais em escuridão, de modo que aquele dia vos sobrevenha assim como a ladrões.” (1 Tes. 5:3, 4) Ao contrário das pessoas em geral, nós discernimos aonde os acontecimentos levarão (O Reino de Deus já Governa, páginas 222, 223).
Diferentemente da humanidade em geral, nós discernimos o significado bíblico dos acontecimentos atuais (A Sentinela de 15 de setembro de 2012, página 4).
Diferentemente disso, pelos últimos 140 anos,
foram as “pessoas em geral”, ou a “humanidade em geral”, que manteve o
equilíbrio emocional para lidar com os desafios da vida à medida que surgiam,
sem a necessidade de estarem numa eterna expectativa de um fim que nunca veio.
O que os discursos de congressos dirão além
disso, esperemos para ver.
O ataque às religiões
Os dez chifres que você viu e a fera odiarão a prostituta; eles a deixarão devastada e nua, comerão a sua carne e a queimarão completamente no fogo. Porque Deus pôs no coração deles o desejo de executarem o pensamento dele, sim, de executarem o pensamento único deles dando à fera o reino que possuem, até que as palavras de Deus se cumpram (Apocalipse 17:16, 17).
Pois então haverá grande tribulação, como nunca ocorreu desde o princípio do mundo até agora, não, nem ocorrerá de novo. De fato, se não se abreviassem aqueles dias, ninguém seria salvo; mas, por causa dos escolhidos, aqueles dias serão abreviados (Mateus 24:21, 22).
A Torre de Vigia pegou
a expressão “Babilônia, a Grande”, conforme consta no livro de Apocalipse, e
interpretou que ela se refere ao conjunto de religiões falsas. “Babilônia, a Grande” é representada por uma
meretriz que cavalga uma fera; essa fera, segundo a interpretação, se refere às
Nações Unidas, que num dado momento, mediante seus países-membros, se voltará
contra as religiões e lhes arrancará todas as posses.
Em um artigo na revista
A Sentinela de 15 de julho de 2015,
páginas 15 e 16, foi dito que esse ataque resultará até mesmo na morte dos
integrantes das religiões falsas:
Mas será que a destruição das religiões de Babilônia, a Grande, resultará na morte de todos os ex-membros dessas religiões? Aparentemente, não. [...] tudo indica que até mesmo alguns líderes religiosos abandonarão sua carreira e negarão já ter pertencido a essas religiões falsas.
Esse ataque das Nações Unidas contra as
religiões, a meu ver, faz muito pouco sentido. Sabe-se que todas as civilizações
conhecidas, com poucas exceções, tiveram o sagrado como um componente básico de
suas culturas; e mesmo agora, na era da informação, a UNESCO, que é um dos órgãos das Nações Unidas, tem tomado um papel essencial na preservação da cultura,
o que inclui a preservação de costumes dos povos e isso inclui a preservação
dos costumes ligados à religião. A
literatura da Torre de Vigia nunca declarou especificamente que as Nações
Unidas vão querer erradicar a religiosidade das pessoas, mas que irão proscrever
as religiões e tomar todas as suas posses. Que efeito prático isso pode ter,
além de incitar revolta popular? A Torre de Vigia diz que o objetivo do ataque
às religiões é preservar a paz. Ora, se as religiões são um obstáculo à paz,
significa que elas ainda exercem considerável influência na população, talvez
porque ainda possuam adeptos em números significativos; sendo esse o caso, a
menos que os países-membros da ONU se tornem verdadeiras ditaduras, foge ao bom
senso esperar que países democráticos tomem medidas tão impopulares, porque,
caso o façam, poderão ser imediatamente destituídos do poder. Além do mais, se o ataque às religiões
resultará também na morte dos adeptos, exceto daqueles que renegarem a fé, isso
significará um verdadeiro massacre popular por parte dos governos. Visto que um
massacre dessa magnitude costuma gerar insatisfação por parte do povo, é de
esperar que esses governos calculem bem o custo de agirem conforme a
intepretação profética da Torre de Vigia. Se têm por objetivo manter a paz, parece pouco
inteligente, a meu ver, que podem começar por exterminar metade de suas
populações.
Para a Torre de Vigia, esse ataque dos governos
será também o início da “grande tribulação” de Mateus 24:21, 22. A revista
citada anteriormente continua:
O que acontecerá com o povo de Deus nesse tempo? Jesus explica: “De fato, se não se abreviassem aqueles dias, nenhuma carne seria salva; mas, por causa dos escolhidos, aqueles dias serão abreviados.” (Mat. 24:22) [...] a parte inicial da futura grande tribulação será ‘abreviada’ por causa dos “escolhidos”. Não se permitirá que os “dez chifres” políticos aniquilem o povo de Deus. Haverá um breve alívio.
Com mais clareza, o livro O Reino de Deus já Governa, páginas 222 a 226, acrescenta:
Jeová, por meio de nosso Rei, ‘abreviará’ o ataque da ONU contra a religião para que a religião verdadeira não seja destruída com a falsa. Assim, ao passo que todas as organizações religiosas falsas serão eliminadas, a única religião verdadeira sobreviverá.
O que acontecerá quando os governos cessarem
seu ataque às religiões, quando tiverem proscrito a todas elas, saqueado seus
bens e matados a maior parte de seus adeptos? A revista de 2015 explica:
Embora não entendamos tudo que acontecerá durante esse período de provação, podemos esperar que ele envolva certa medida de sacrifício. No primeiro século, os cristãos tiveram de abandonar seus bens materiais e enfrentar dificuldades para sobreviver. (Mar. 13:15-18) Será que estaremos dispostos a sofrer perdas materiais para nos manter fiéis? Estaremos preparados para fazer o que for necessário para provar nossa lealdade a Jeová? Pense nisto: nessa época, seremos os únicos a seguir o exemplo do profeta Daniel por continuar adorando nosso Deus, não importa o que aconteça. — Dan. 6:10, 11.
A Torre de Vigia sinaliza que será necessário
ter coragem para permanecer leal em tempos tão difíceis e apoia-se na situação
de Daniel. O profeta bíblico tinha o costume de orar a Deus no terraço de sua
casa, à vista do povo; porém, quando foi editado uma lei que tornava isso um
crime de morte, ele teve que escolher continuar orando no terraço ou passar a
orar escondido. Como, na concepção dele, passar a orar escondido significava
falta de fé em seu Deus, ele decidiu continuar orando no terraço. Que lição os
líderes da Torre de Vigia tiraram do exemplo desse fiel profeta?
Rutherford, em 1918, começou por sucumbir ao
medo e aceitou retirar uma porção de páginas do livro O Mistério Consumado quando o governo dos Estados Unidos exigiu que
fizesse isso (veja o livro Proclamadores do Reino, páginas 651, 652). Mais para o fim de sua vida, quando estava prestes a começar a Segunda
Guerra, ele exigiu que as Testemunhas de Jeová alemãs demostrassem coragem e
enchessem a Alemanha com mensagens de condenação, mas ele mesmo ficou bem longe! Começando a guerra, centenas de
Testemunhas foram executadas e milhares foram presas e sofreram horrores –fato que hoje é exibido na literatura da
Torre de Vigia como exemplo de coragem. Décadas depois o Corpo Governante
retratou a si mesmo como o topo de uma hierarquia, mas quando foi ficando claro
que ser o topo de uma hierarquia o tornava alvo fácil dos governos, passou a
retirar-se, como que saindo pela tangente, e no ano 2000 seus membros
renunciaram a todos os seus cargos na diretoria da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados. Agora, embora eles continuem sendo os verdadeiros responsáveis
pelas doutrinas e centenas de regras que regem a vida das Testemunhas, caso os
governos decidam tomar ação contra a religião, conseguirão atingir apenas os
“laranjas” que foram postos na diretoria. Você acha que isso é exemplo de
coragem do tipo demostrada por Daniel? Muito diferente ainda é do tipo de
coragem demostrada por Jesus Cristo quando os soldados romanos vieram prendê-lo
no Monte das Oliveiras; quando disseram a quem procuravam, Jesus rapidamente se
identificou e seus amigos puderam fugir e escaparam da prisão. Há muito mais
que se pode dizer sobre isso, mas quando o Corpo Governante fala em coragem,
quase sempre são as Testemunhas que pagam o preço maior – em muitos casos com a
própria vida.
Como o Corpo Governante
representava a si, conforme A Sentinela de 1º de junho de 1972, página 333.
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Como o Corpo Governante representa
a si agora, conforme A Sentinela de 15 de abril de 2013, página 29.
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É certo que o assunto em questão é apenas um
cenário hipotético – que o Corpo Governante calcula que será uma realidade no
futuro bem próximo –, mas o que aqui foi dito sobre coragem deve servir de
alerta às Testemunhas quanto a levar a sério todos os requerimentos de lealdade
de sua liderança. Esse alerta é oportuno ainda mais quando se tem em mente o
nível de submissão exigido para esse tempo esperado, conforme escrito na
Sentinela de 15 de novembro de 2013, página 20, parágrafo 17:
Todos nós devemos estar prontos para obedecer a quaisquer orientações que recebamos, quer pareçam fazer sentido de um ponto de vista estratégico, quer não.
Mensagem de julgamento
Mas as Testemunhas não ficarão caladas nesse
pequeno período de calmaria, depois de iniciada a Grande Tribulação.
A revista de 2015 continua:
Não será a hora para pregar as “boas novas do reino”. A hora para isso já terá passado. Terá chegado a hora de vir “o fim”. (Mat. 24:14) Sem dúvida, o povo de Deus proclamará uma forte mensagem de julgamento. Isso poderá muito bem envolver uma declaração anunciando que o mundo perverso de Satanás está para acabar. A Bíblia compara essa mensagem a pedras de saraiva, ou granizo, ao dizer: “Uma grande saraivada, cada pedra tendo aproximadamente o peso de um talento, caiu do céu sobre os homens, e os homens blasfemaram a Deus devido à praga da saraiva, porque a praga dela era extraordinariamente grande.” — Rev. 16:21.
E o livro O
Reino de Deus já Governa, página 226, relaciona essa mensagem de julgamento
com a volta de Cristo para a separação entre ovelhas e cabritos, quando ele
julgará ambos os grupos, quer para salvação, quer para condenação.
Todos os inimigos do Reino de Deus serão então obrigados a presenciar um acontecimento que aumentará sua agonia. Jesus diz: “Verão o Filho do homem vir nas nuvens, com grande poder e glória.” (Mar. 13:26) Essa demonstração sobrenatural de poder indicará que Jesus chegou para pronunciar julgamento. Em outra parte dessa profecia sobre os últimos dias, Jesus dá mais detalhes sobre o julgamento que será pronunciado a essa altura. Encontramos essa informação na parábola sobre as ovelhas e os cabritos. (Leia Mateus 25:31-33, 46.) Os apoiadores leais do Reino de Deus serão julgados como “ovelhas” e ‘levantarão a cabeça’, dando-se conta de que seu “livramento está-se aproximando”. (Luc. 21:28) Mas os opositores do Reino serão julgados como “cabritos” e ‘se baterão em lamento’, dando-se conta de que “o decepamento eterno” os aguarda. — Mat. 24:30; Rev. 1:7.
Jesus Cristo falou sobre a sua vinda e sobre o
julgamento que faria, o que significa que somente naquela época é que as
pessoas serão julgadas como cabritos ou como ovelhas, mas as Testemunhas de
Jeová se anteciparam ao julgamento de Cristo e classificaram a si mesmas como
ovelhas. Isso faria o julgamento de Cristo apenas uma formalidade.
Embora isso pareça incorreto do meu ponto de
vista, as Testemunhas, em razão de se considerarem a única religião verdadeira,
raciocinam que não há nada de errado nisso, que não faz nenhum sentido Jesus
Cristo vir para salvar qualquer outra pessoa que até aquela época decidiu
permanecer longe de um Salão do Reino. Esse conceito de nós e eles, nós, os
“irmãos”, e eles, os “mundanos”, parece tornar muito natural para elas o
conceito de que a vinda de Cristo será apenas para confirmar um julgamento que
elas já fizeram e, por conseguinte, reforça ainda mais nelas a atitude há muito
incentivada por seus líderes de que nada devem ter que ver com os “mundanos”.
Imbuídas desse sentimento de exclusividade, as
Testemunhas transmitirão a sua mensagem de julgamento, seja ela qual for, seja
lá de que forma, e depois se recolherão em esconderijos diversos, talvez
munidas de água e comida, para ficarem à espera dos próximos eventos. Esse
momento de espera foi bem retratado no congresso de 2016, na encenação de uma estadia num bunker, uma espécie de sótão, enquanto policiais corriam as ruas a
fim de manter a ordem no que seria, literalmente, os últimos dias deste velho
mundo.
Testemunhas de Jeová encenando
como poderá ser os últimos dias antes do Armagedom.
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Gogue de Magogue
Naquele dia surgirão ideias no seu coração e você planejará uma trama perversa. Você dirá: “Invadirei a terra de povoados desprotegidos. Irei contra os que vivem em segurança, sem perturbação; todos eles moram em povoados sem muralhas, trancas ou portões.” Seu objetivo será tomar muito despojo e espólio, será atacar os lugares devastados agora repovoados e um povo que foi reunido dentre as nações e está acumulando riquezas e bens, morando no meio da terra. [...] Você reuniu os seus exércitos para levar embora prata e ouro, para saquear riquezas e bens, para tomar um enorme despojo?”’ “Portanto, filho do homem, profetize o seguinte a Gogue: ‘Assim diz o Soberano Senhor Jeová: “Naquele dia, quando o meu povo Israel estiver morando em segurança, será que você não ficará sabendo disso? Você virá do seu lugar, das partes mais distantes do norte, acompanhado de muitos povos, todos eles montados em cavalos, um grande exército, uma numerosa força militar. Você virá contra o meu povo Israel como nuvens cobrindo a terra. Na parte final dos dias vou trazê-lo contra a minha terra, para que as nações me conheçam quando eu me santificar diante dos olhos delas por meio de você, ó Gogue.” (Ezequeil 38:10-16).
A Torre de Vigia já
explicou que Gogue de Magogue era Satanás:
A figura, ou líder, central do ataque global contra o Reino messiânico e seus súditos, segundo Revelação, é Satanás, o Diabo. No registro bíblico, ele é a única pessoa de que se pode dizer que se ajusta adequadamente à descrição e ao papel atribuídos a ‘Gogue, de Magogue’, na profecia dada a Ezequiel (Estudo Perspicaz das Escrituras, volume 1, página 242).
Mas em 2015 revisou esse conceito e agora afirma que Gogue de Magogue é uma coalizão de nações; essa no final dos dias se
voltará contra as Testemunhas de Jeová, num ataque final, por considerá-las um
alvo fácil, visto que, como diz a profecia, elas “moram em povoados sem
muralhas, trancas ou portões”. Considerando que a interpretação esteja correta,
as Testemunhas de Jeová consideram a possibilidade de que seus esconderijos em todo o mundo sejam
descobertos e forças policiais, ou turbas descontroladas, dirijam-se contra
eles para prendê-las ou matá-las. Esse ataque, pelo que parece, foi sugerido no
vídeo do bunker, quando policiais invadem o esconderijo.
Essa foi a última vez que a
Torre de Vigia atualizou o assunto Gogue de Magogue em sua literatura. Quanto a
se nos congressos acrescentará algo a isso, esperemos para saber.
Armagedom
O ataque de Gogue de Magogue não
será bem-sucedido. Ao contrário do que parece, as Testemunhas não estão
indefesas. Para a Torre de Vigia, o ataque de Gogue será apenas o sinal para
que Deus desencadeia o Armagedom.
Mas antes disso, pouco depois
do ataque de Gogue, outra coisa precisa acontecer:
O que acontecerá depois que Gogue de Magogue começar o ataque contra o povo de Deus? O relato de Mateus e o de Marcos registram o mesmo acontecimento: “[O Filho do homem] enviará os anjos e ajuntará os seus escolhidos desde os quatro ventos, desde a extremidade da terra até a extremidade do céu (A Sentinela de 15 de julho de 2017, página 18).
Estes “escolhidos” são os
ungidos, que serão instantaneamente levados para o céu numa espécie de
“arrebatamento” (exceto que serão em corpos espirituais).
A Torre de Vigia um dia
considerou que existia a possibilidade de que ungidos permanecessem por algum
tempo na terra depois do Armagedom, mas em 2013 descartou essa possibilidade
(Veja A Sentinela de 15 de julho de 2013, página 8, na nota referente ao
parágrafo 8).
A revista de 2015 continua (o
destaque é dos autores):
Referindo-se ao tempo em que todos os ungidos estiverem no céu, Revelação 17:14 diz o seguinte sobre os inimigos do povo de Deus: “Estes batalharão contra o Cordeiro, mas, porque ele é Senhor dos senhores e Rei dos reis, o Cordeiro os vencerá. Também o farão com ele os chamados, e escolhidos, e fiéis.” Junto com seus 144 mil corregentes no céu, Jesus salvará o povo de Deus aqui na Terra.
O ataque de Gogue às
Testemunhas resultará no começo do Armagedom, que resultará em Jesus Cristo,
junto com os 144 mil ungidos, exterminar todo o restante na humanidade que até
esse dia não tiver aceitado a mensagem das Testemunhas de Jeová.
Algo mais será dito nos
congressos? Veremos.
A grande reconstrução
Este e o próximo tópico
resumem-se quase que apenas em especulações por parte da Torre de Vigia. Ela, em razão de não
haver muito o que dizer sobre isso, restringe-se em publicar incontáveis
imagens de paraíso, que reforça sensivelmente o conceito materialista de sua
mensagem. Praticamente tudo o que se deseja hoje – como saúde, casa para morar,
paisagem lindas e aprazíveis, alimentos saudáveis – pode-se assegurar com um
único passo: tornar-se Testemunha de Jeová.
Tais imagens, no entanto, são
muito irrealistas.
Tendo em vista as dezenas de
bilhões de pessoas que serão ressuscitadas (A Torre de Vigia calcula em torna
de 20 bilhões, mas os números podem ser muito maiores), as paisagens de paraíso
ficariam suprimidas a recantos distantes, sendo que a maior parte das terras
seriam ocupadas por residências e plantações, além de fábricas diversas.
Praticamente se extinguiria as floretas e a fauna.
O teste final
Um aprovado na prova final ao saber que viverá para sempre
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O capítulo 20 de Apocalipse
conta sobre a época em que Satanás será solto para testar a humanidade. Será no
final dos mil anos – época em que toda a humanidade terá sido reerguida à
perfeição. A Torre de Vigia não revisa esse assunto há décadas, de modo que
muito provavelmente os discursos de congressos apenas reprisarão os conceitos
já conhecidos.
Quanto à severidade do teste
final, a revista A Sentinela de 15 de
agosto de 2006, página 31, trazia a seguinte Perguntas dos Leitores:
Depois da prova final no fim do Milênio, será possível que humanos venham a pecar e a morrer?
Parte da resposta cito abaixo:
Ainda poderão escolher, de livre e espontânea vontade, se continuarão, ou não, a servir a Jeová. Não se pode afirmar que nenhum humano jamais rejeitará a Deus, como no caso de Adão.
O que aconteceria com uma pessoa que escolhesse rebelar-se depois da prova final, quando a morte e o Hades não existirem mais? Naquele tempo, a morte adâmica não existirá mais. E o Hades, a sepultura comum da humanidade que tem a esperança de ressurreição, também não existirá mais. Mesmo assim, Jeová poderia aniquilar qualquer rebelde no lago de fogo, negando-lhe qualquer esperança de ressurreição. Essa morte seria semelhante à que sofreram Adão e Eva, não à morte que os humanos herdaram de Adão.
No entanto, não temos motivo para crer que tal coisa venha a acontecer. Aqueles que passarem pela prova final serão diferentes de Adão num sentido fundamental. Eles terão sido plenamente provados. Podemos confiar no caráter cabal da prova final porque Jeová sabe examinar as pessoas pelo que de fato são. Podemos estar certos de que a prova final eliminará qualquer pessoa que pudesse usar mal a sua liberdade de escolha. Portanto, embora seja possível que aqueles que passarem pela prova final se rebelem contra Deus e, assim, sejam destruídos, é muito improvável que isso aconteça.
Quando apresentei esse
conceito da Torre de Vigia em um fórum de ex-tjs, alguém levantou o seguinte
questionamento:
Se Jeová fará nessa época uma prova cabal, ao ponto de eliminar qualquer pessoa que um dia pudesse vir a usar mal a sua liberdade de escolha, então por que não fez o primeiro casal humano justamente assim, à prova de falhas?
Acrescento que à prova de
falhas não significa sem livre arbítrio, porque definitivamente não são mesma
coisa. Um exemplo disso, até mesmo na concepção da Torre de Vigia, são os
ungidos. Eles não perdem o livre arbítrio quando são levados para o céu, mas,
quando lá estiverem, e unicamente por decreto divino, ganham a imortalidade, o
que significa que passam a ser também à prova de falhas.
Relacionado a esse assunto, e
tendo em vista as diferentes situações e destinos destas duas classes de
pessoas, surge uma outra pergunta: por que apenas os ungidos, por escolha divina, ficam isento de um teste final e ainda
ganham a imortalidade? Uma resposta quanto a porque ficam isentos de uma prova
final talvez seja em razão de que já foram leais a Deus enquanto humanos, apesar de isso deixar sem explicação o fato de que Testemunhas que são
leais agora e até servos de Deus do Antigo Testamento serão submetidos à tal
prova. Sem resposta evidente é por que os ungidos ganham a imortalidade, mas os
humanos na terra ficam apenas com a vida eterna, apesar de serem eles que foram
submetidos a um teste final.
Muito provavelmente os
congressos não trarão nenhuma dessas respostas, mas ficarei atento a quaisquer
novidades. Surgindo-as, esta postagem será editada ou, se for necessário, um
outro artigo será escrito.
Excelente matéria! Um monte de profecias falhas, incrivelmente fantasiosas e contrárias a toda lógica racional e Bíblica. E ainda querem adivinhar o que vai acontecer daqui a 1.000 anos no teste final. O corpo Governante está assim, perdido sem crédito e rodeado de desconfiança. São tempos ruins para a Dona Torre.
ResponderExcluirCulpa dos fundadores, porque estes que atualmente governam estão praticamente perdidos.
ExcluirMuito obrigado por comentar!
Olá sobre a questão dos mil anos.Seria novecentos anos? Digo pelo fato de ter passado mais de cem anos do incio do reino de cristo, desde 1914, ou tem outra explicação doutrinaria?
ExcluirO Corpo Governante nada escreveu ainda sobre se a contagem de mil anos começou já em 1914. O conceito atual é de que a contagem de 1000 anos começará depois do Armagedom. Mas é estranho mesmo!
ExcluirMais um artigo excelente! Uma pena que a maioria das Testemunhas não vejam uma análise de suas crenças de forma tão racional assim. Elas nem se lembram das mudanças, muito menos enxergam as falta de sentido de suas doutrinas.Estão completamente cegas e engolem tudo com farinha o que os líderes lhes coloca goela a baixo. Parabéns pelo artigo! abraços...
ResponderExcluirAh!mais uma coisa: Que legal a maneira de baixar o livro aqui. Vou ler de novo, rsrs
ResponderExcluirMuito obrigado! XD
ExcluirSinto muito Falta desses congressos maravilhosos! Era muito bom estar com os irmãos! Hoje me sinto no vale dos ossos secos! Preciso voltar para a associação inteira de irmãos na fé, para a organização de Jeová!
ResponderExcluirVolte, mas não deixe de ler meu blog.
ExcluirSaiba que os irmãos de betel visitam bastante sites e blogs de ex-membros.
Se eles visitam, por que você também não pode visitar?
volta oras
ExcluirE quer voltar consultando uma pagina apostata? Bela convicção esta sua hein!!!!
ExcluirSe eu não tivesse um exemplo de perto de alguém que mesmo depois de ter descoberto tudo sobre a organização, resolveu voltar,eu não acreditaria nisso, mas minha própria amiga, depois de eu ter mostrado tudo pra ela, vídeos, sites, blogs, fóruns e até os documentários em TV em Portugal, nos EUA, e até a comissão real Australiana, na investigação sobre pedofilia, vendo ela mesma o próprio Geofrey Jackson mentindo nos depoimentos e ela mesma ter se indignado com isso, resolveu voltar por causa do clubinho social e romper a nossa amizade, que numa hora de extrema necessidade fui a única a estender-lhe a mão, mesmo afastada a mais de dez anos, mas ainda acreditando na organização. Nenhum dos 130 irmãos da sua congregação se prontificou a ajuda-la. Morou na minha edícula por dois anos sem pagar nada, e quando eu tive que pedir pra ela sair, pois a família ia precisar do lugar, ela saiu contrariada,mesmo eu dizendo que a ajudaria no que ela precisasse.Agora ela me disse que se eu meu marido não quisesse mais falar com ela, que ela ficaria muito triste mas entenderia...tudo pra não dizer na cara, que quem não iria mais falar com a gente seria ela. Dito e feito! Agora está lá e sabe Deus se não está me chamando de apóstata tbm.
ResponderExcluirPor esses exemplos, podemos saber que a religião das Testemunhas não melhora significativamente as pessoas.
ExcluirQuando eu era TJ, ficava a tentar identificar em que aspecto as TJs eram melhores que os "mundanos", mas nunca vi melhoras significativas. Muito diferente da propaganda que se ver na Sentinela, a maioria TJs praticamente vivem uma farsa, tentando ser o que não são. Enquanto isso, no mundo as pessoas são o que são e você até corre menos riscos de se decepcionar com elas, pois quase todos estampam na cara o que são.
Em critério de hipocrisia, a religião das Testemunhas se especializou em fabricar os melhores hipócritas.
nao sou testemunha , mas conheço bem os tj, conheço muitas delas e suas pregaçoes e posso afirmar que voce é mesmo um sem noção . Não conheçe os ensinos deles. creio de voce fez coisa errada e foi expulso de lá e com razao. por isso sente ressentimento e está ferido.
ResponderExcluirNa minha sincera opiniao, se as TJ estao erradas, ok, nada vai mudar para voce, porem, cara, se essa religiao é a de Deus, tu tá frito.
������
ExcluirFaz agora os comentarios sobre o que foi falado no Congresso!
ResponderExcluirNão foi apresentado nenhuma novidade que valha a pena um novo artigo; nada que já não tenha sido publicado nas revistas ou no site JW.
ResponderExcluirEssa questão de "paz e segurança" que Paulo se referiu em 1 Tessalonicenses 5:3 não me parece ser como a Torre de Vigia vem dizendo.
ResponderExcluirSe olhar bem o capítulo 5 desde o início, parece que Paulo estava apenas fazendo um paralelo entre os cristãos e os demais que ignoravam os alertar para vigiarem a si mesmos. Ele falava sobre filhos da luz e filhos das trevas. Tratou de estar alerta.
No verso 2 falou sobre o dia do Senhor vir como um ladrão. No verso 6 pediu para ficarem alertas; não dormir. Enfim, me parece que Paulo estava apenas dando um conselho para os cristãos ficarem "acordados" na fé. Para não ficarem como os demais que achavam que tudo estava bem e que nada de ruim iria acontecer a eles.
Talvez ele se referia a destruição que Jesus falou anos antes sobre Jerusalém. Só um talvez. Eu não sei. O fato é que se ler 1ª Tessalonicenses com mais cuidado, notará que a interpretação da Torre de Vigia é apenas uma montagem de textos isolados. Isso acho que se resume ao que se chama de viés de confirmação (posso estar errado).
E como foi bem citado aqui no artigo, o livro O Reino de Deus já Governa, páginas 222 e 223, declara:
Essa expressão PODE se referir a um pronunciamento OU a uma série de declarações notáveis.
Note que o livro nem informa com exatidão do que se trata. Com palavras como "pode" e "ou".
Além disso, segundo a interpretação da Torre de Vigia, virá primeiro essa suposta "paz e segurança" (que não sabem nem como é). Depois começara a grande tribulação e só depois é que virá a destruição (Armagedom).
Já Paulo fala diferente. Ele diz "paz e segurança" (pode ser no sentido que falei desde o início) e logo, assim, do nada, virá a "repentina destruição". Assim como um ladrão. Eu não diria que sei muita coisa, pois não sei. Mas não me parece ser nada disso que a Torre de Vigia diz. Paulo falava de outra coisa.
quando uma pessoa.pesquisa na bíblia a vontade de Deus.e prática.Deus não teria.misericórdias delas?.
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